Concurso do TCE é prorrogado por mais dois anos e aprovados no cadastro reserva devem ser convocados


Anúncio foi feito durante sessão do Pleno. Chamamento pode acontecer ainda este ano, afirmou o presidente da Corte, conselheiro André Luiz de Matos Gonçalves. Tribunal de Contas do Tocantins, em Palmas
Djavan Barbosa/TV Anhanguera
O concurso do Tribunal de Contas do Estado (TCE) foi prorrogado por mais dois anos. O anúncio foi feito pelo presidente da Corte, conselheiro André Luiz de Matos Gonçalves, em sessão ordinária realizada nesta quarta-feira (18).
📱 Participe do canal do g1 TO no WhatsApp e receba as notícias no celular.
Foram ofertadas 55 vagas imediatas e cadastro reserva para os níveis médio e superior. As provas foram aplicadas em outubro de 2022 e o resultado final saiu em fevereiro de 2023.
Durante a sessão ordinária, o presidente da Corte afirmou que ainda este ano o órgão pode convocar candidatos aprovados no cadastro.
“A experiência com os novos servidores foi excelente. Eles vieram para somar com os pioneiros e, juntos, conseguimos avançar muito. A fiscalização precisa de pessoas capacitadas e comprometidas”, afirmou o conselheiro André Luiz de Matos Gonçalves, ao destacar que os aprovados que ainda serão chamados vão atender a demanda do Controle Externo.
LEIA TAMBÉM:
TCE divulga resultado final do concurso que ofereceu 55 vagas com salários de mais de R$ 10,5 mil
Concursos públicos abertos com vagas para o Tocantins oferecem salários de até R$12,8 mil; veja editais
Concurso da Embrapa abre vagas para o Tocantins com salários de até R$ 12,8 mil; veja edital
Resultado do concurso da Educação de Palmas é homologado pela prefeitura
Concurso
O concurso para o TCE contou com 8.747 candidatos inscritos. As vagas foram ofertadas para os cargos de auditor de controle externo, analista técnico e assistente de controle externo.
Das 55 vaga, havia 25 e cadastro reserva para auditor de controle externo, com salário de R$ 10.510,91.
Também foram ofertadas 15 vagas, mais cadastro reserva, para analista técnico com formação em ciências contábeis, direito, tecnologia da informação, letras, psicologia, pedagogia, medicina, odontologia, enfermagem, fisioterapia e duas vagas para curso superior em qualquer área de formação. Os salários é de R$ 6.570,55.
A seleção abriu ainda 15 vagas, mais cadastro reserva, para assistente de controle externo, cujo salário é de R$ 2.844,38.
Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.

Cidade na Irlanda tem um quarto da população de brasileiros; conheça


Gort, apelidada carinhosamente de ‘Pequeno Brasil’, atrai imigrantes brasileiros desde os anos 2000. Vários pontos de comércio da cidade têm o jeitinho brasileiro. Cidade na Irlanda tem um quarto da população de brasileiros
“Pequeno Brasil”: esse foi o apelido carinhoso dado a uma cidade da Irlanda que mais parece um pedacinho do Brasil no exterior.
Gort, que fica ao sul do condado de Galway, tem 3 mil habitantes e um quarto deles é brasileiro.
Por todos os lados tem um comércio com o jeitinho brasileiro: lanchonete vendendo salgado, comida caseira, mercadinho com produtos daqui e mais. De qualquer porta que se abre pode sair alguém falando português.
“Deixa a gente com saudade de lá, mas é aqui que a gente encontra o prazer em viver”, diz o empreendedor Fernando Castro, morador da cidade.
Gort atrai brasileiros desde o início dos anos 2000, quando um frigorífico chamou trabalhadores, principalmente da região de Goiás, para trabalhar no local.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
Apesar da vida tranquila em Gort, no último ano imigrantes vêm relatando um clima de insegurança na Irlanda, que foi palco de uma sequência de ataques violentos contra estrangeiros.
Em 31 de outubro, o entregador Alexandre Pinheiro foi atropelado propositalmente e teve a perna quebrada. Em março, Roberto Gomes da Silva foi agredido por um homem com um taco de madeira ao se identificar como brasileiro. Já Mateus Gonzales Serafim foi espancado por três homens em abril.
Segundo o o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, 58,5 mil brasileiros vivem na Irlanda. O Censo do país aponta que 12% dos 5 milhões de habitantes atuais são estrangeiros e, destes, 4% são brasileiros.
Brasileiro colocou bandeira do país em boneco de neve na Irlanda.
José Rodrigues da Silva Neto/VC no G1

Insolação: como reconhecer os sinais e quais os cuidados para evitar complicações


O aumento rápido da temperatura corporal merece atenção, pois a pessoa acaba perdendo muita água, sais e nutrientes importantes para manter o equilíbrio do organismo. A insolação é um quadro em que a temperatura corporal fica muito elevada
Lucas Amorelli/NSC
No verão, o sol pode até parecer inofensivo. Mas, se você não tomar cuidado, ele pode te dar mais do que uma corzinha. Estamos falando de insolação, um problema sério que pode estragar o dia e até colocar sua saúde em risco.
A insolação é um quadro em que a temperatura corporal fica muito elevada (ultrapassa os 40ºC), causando a disfunção de diversos sistemas do organismo.
Causas da insolação
Não é só a exposição direta ao sol que provoca a insolação. A condição também pode ocorrer em qualquer situação de calor extremo.
Normalmente acontece em ambientes muito quentes ou em situações que provoquem aumento rápido da temperatura corporal, como:
Passar muito tempo exposto ao sol sem protetor solar (na praia, no clube, na piscina etc)
Praticar atividades extenuantes, ou seja, que causam esgotamento, enfraquecimento físico
Usar excesso de roupas, especialmente no calor
Ficar sem se hidratar por muito tempo
“O tempo de exposição solar para ter a insolação varia de indivíduo para indivíduo, de acordo com fatores ambientais e pessoais. O idoso, que tem a pele mais fina, que não está bem hidratado ou crianças, que tem uma área corporal menor, são mais suscetíveis à insolação. Além disso, a temperatura, o ambiente, a quantidade de ação do organismo também podem influenciar”, explica Natália de Paiva Sobreira, dermatologista da Rede Mater Dei de Saúde.
Segundo a dermatologista, o risco de ter insolação aumenta entre 10h e 16h, quando os raios solares estão mais intensos e a temperatura costuma ser mais alta.
LEIA TAMBÉM:
O que acontece com o corpo quando a vitamina D está baixa?
Você está tomando banho errado?
Atividade física traz impactos mesmo fora do ‘padrão’
Sintomas: quando acender o alerta
Esse quadro merece atenção porque com o aumento rápido da temperatura corporal, a pessoa acaba perdendo muita água, sais e nutrientes importantes para manter o equilíbrio do organismo.
🥵Entre os principais sintomas da insolação estão:
Tonturas
Sensação de desmaio iminente
Má coordenação motora
Fadiga
Dor de cabeça
Visão embaçada
Dores musculares
Náusea
Vômitos
Devido à disfunção cerebral, a pessoa também pode ficar confusa e desorientada, sofrer convulsões ou entrar em coma. Em geral, há o aumento das frequências cardíaca e respiratória.
O tratamento para a insolação deve ser imediato, com medidas de resfriamento do corpo
Prefeitura de Itacaré
Primeiros socorros e cuidados essenciais
O tratamento para a insolação deve ser imediato, com medidas de resfriamento do corpo. “O ideal é retirar a pessoa do calor e procurar um local fresco e ventilado, hidratá-la com água ou bebidas isotônicas e resfriar o corpo com compressas frias ou toalhas molhadas”, alerta a dermatologista.
Como a insolação é um quadro grave, a orientação é buscar assistência médica sempre que notar os sintomas, como confusão mental, desorientação, desmaio, convulsões e quando os sinais de calor excessivo (náuseas, vômitos, pele muito quente ou seca) não melhorarem após as medidas iniciais de resfriamento.
Se não tratada adequadamente, a insolação pode levar a danos permanentes a órgãos vitais, como cérebro, rins, fígado e coração. Também pode provocar a falência múltipla de órgãos, coma e, em casos extremos, a morte.
“O atraso no tratamento aumenta o risco de sequelas graves e complicações irreversíveis”, pontua a dermatologista.
Medidas simples para evitar o quadro
Algumas medidas podem ajudar a prevenir a insolação, especialmente durante o verão:
Evitar atividades ao ar livre nos horários mais quentes do dia
Usar roupas leves, claras e de tecido respirável
Beber líquidos regularmente, mesmo sem sentir sede
Aplicar protetor solar e usar chapéus ou sombrinhas
Fazer pausas frequentes em ambientes frescos
Natália de Paiva Sobreira lembra que o acúmulo de dias de exposição ao sol também pode levar à insolação.
“O corpo pode acumular estresse térmico ao longo dos dias consecutivos de exposição, especialmente se não houver hidratação adequada e descanso suficiente entre os períodos de calor. Além disso, a queimadura solar compromete a regulação térmica da pele, o que aumenta o risco da insolação”.
Antes de encarar o sol do verão, lembre-se: chapéu, água e sombra são seus melhores amigos.
Entenda o que é onda de calor

Human Rights Watch classifica privação de água por Israel em Gaza como ato de genocídio


Governo israelense negou acusação da organização de defesa dos direitos humanos e informou que tem o direito de se defender do ataque do Hamas, que aconteceu em 2023. Criança palestina enche copo com água durante conflito na Faixa de Gaza
Hatem Ali/AP Photo
A Human Rights Watch (HRW), organização de defesa dos direitos humanos, afirmou nesta quinta-feira (19) em um relatório que Israel matou milhares de palestinos na Faixa de Gaza ao privar o acesso a água potável. Segundo a organização, a privação se configura legalmente como atos de genocídio e extermínio, informou a agência de notícias Reuters.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
“Essa política, imposta como parte de um massacre de civis palestinos em Gaza, significa que as autoridades israelenses cometeram crime de extermínio contra a humanidade, que continua em andamento. Essa política também configura um ‘ato de genocídio’ sob a Convenção sobre Genocídio de 1948”, afirmou o HRW em seu relatório.
Israel negou a acusação de genocídio, dizendo que respeitou a legislação internacional e que tem o direito de se defender após o ataque do grupo terrorista Hamas, que aconteceu em 7 de outubro de 2023, e que deu início aos constantes ataques no território palestino.
Segundo a agência, o relatório cita declarações de alguns altos funcionários israelenses que, segundo o HRW, sugerem que eles “desejam destruir os palestinos”, o que significa que a privação de água “pode configurar o crime de genocídio”.
“O que encontramos é que o governo israelense está matando intencionalmente palestinos em Gaza ao negar-lhes a água necessária para sobreviver”, disse Lama Fakih, diretora do HRW para o Oriente Médio, durante uma coletiva de imprensa.
Leia também:
Norte de Gaza está há 2 meses sem ajuda humanitária, diz ONU; 75 mil palestinos ficam sem comida
Como Facebook restringiu acesso a notícias de Gaza durante guerra com Israel
Israel e EUA anunciam avanços nas negociações de cessar-fogo na Faixa de Gaza
O Human Rights Watch é o segundo grande grupo de direitos humanos em um mês a usar a palavra genocídio para descrever as ações de Israel em Gaza. Antes, o Amnesty International publicou um relatório concluindo que Israel está cometendo genocídio no território palestino.
Ambos os relatórios foram divulgados semanas após o Tribunal Penal Internacional ter emitido mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e seu ex-chefe de defesa por supostos crimes de guerra e contra a humanidade. Eles negam as acusações.
A Convenção sobre Genocídio de 1948, promulgada após o massacre de judeus no Holocausto nazista, define o crime de genocídio como “atos cometidos com a intenção de destruir, total ou parcialmente, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso”.
Palestinos com carroças puxadas por animais coletam água de uma usina de dessalinização, em meio à escassez de água, no centro da Faixa de Gaza
REUTERS/Mohammed Fayq Abu Mostafa
O relatório de 184 páginas do Human Rights Watch afirmou que o governo israelense parou de bombear água para Gaza, cortou a eletricidade e restringiu o combustível, o que impediu o uso das próprias instalações de água e saneamento do território.
Como resultado, os palestinos em Gaza passaram a ter acesso a apenas alguns litros de água por dia em muitas áreas, bem abaixo do limite de 15 litros necessários para a sobrevivência, afirmou a organização.
A campanha de Israel no território palestino matou mais de 45 mil pessoas, deslocou a maior parte da população de 2,3 milhões de pessoas em Gaza e reduziu grande parte do local a escombros. A ofensiva começou após o Hamas matar 1,2 mil pessoas e levar mais de 250 reféns em 2023.

Berlim tem mini-hotel, com quartos de 3m², para pessoas sem-teto


Com recursos como pia, fogão, wi-fi e banheiro, o “hotel de emergência” funciona com check-in e check-out como um hotel tradicional, mas é gratuito. Berlim tem um mini-hotel para pessoas sem-teto
Em Berlim, uma iniciativa inovadora está ajudando pessoas sem-teto a ter um pouco mais de dignidade.
Chamado de “Hotel de Emergência”, o projeto oferece um mini-hotel para quem não tem para onde ir. Os quartos tem menos de 3 m², mas são bem equipados com pia, fogão, wi-fi e até banheiro.
O check-in é a partir das 19h e o check-out é feito às 9h.
“É porque há muitos sem-teto em Berlim. Os sem-teto podem dormir aqui de graça por uma noite. Eles fazem o check-in como fariam em um hotel. O que sempre me deprime é que aqui na Alemanha vivemos em um dos países mais ricos do mundo, e ver tantas pessoas nas ruas parece errado”, explica o arquiteto Van Bo Le-Mentzel.
Estima-se que haja cerca de 600 mil pessoas sem moradia na Alemanha; 50 mil delas viveriam nas ruas.
Viktor é uma das pessoas que utiliza o serviço. Basta tocar a campainha, e se o local estiver vazio, a porta será aberta via aplicativo pelos organizadores.
“Pelo menos aqui está aquecido, dá para fazer comida, café, chá. Tem tudo que a gente precisa”, diz.
O projeto é financiado por doações. A limpeza é feita todos os dias por voluntários.
O governo alemão lançou um plano para resolver o problema da falta de moradia até 2030, mas com o aumento constante dos aluguéis e a falta de moradias disponíveis, muitos especialistas duvidam que será possível.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
Quase um quinto da população menor de 18 anos da UE – de 15,6 milhões de jovens – viveu abaixo da linha da pobreza em 2023
Picture-alliance/DPA
Um estudo sobre a exclusão residencial na Europa elaborado pela Fundação Abbé Pierre e pela Federação Europeia de Associações Nacionais que Trabalham com Desabrigados (Feantsa), estima que, em 2023, 1,2 milhão – sendo 400 mil crianças – viviam sem teto na União Europeia (UE) e no Reino Unido.
O relatório alerta que, no ano passado, “quase 14,5 milhões de crianças na Europa viveram em moradias com goteiras, umidade ou mofo”, sendo que um a cada quatro menores morava em habitações superlotadas.
Além disso, quase um quinto da população abaixo dos 18 anos da UE – de 15,6 milhões de jovens – viveu abaixo da linha da pobreza.
O aumento dos custos com moradia teve forte impacto na população. Entre 2020 e 2023, essas despesas subiram em média 16,6% na UE. Os países mais atingidos foram Hungria (52,5%), Lituânia (51,7%) e Estônia (48,9%), sendo que a Finlândia foi a única nação europeia a registrar queda (0,2%).
Os menores aumentos nos custos de moradia foram registrados no Chipre (2,1%), Alemanha (7,6%) e Itália (7,9%).

Carne sem imposto: entenda se a reforma tributária poderá baratear o churrasco


Economistas explicam que outros fatores têm mais peso no preço. Inclusão do alimento na cesta básica foi uma das principais polêmicas da reforma, que só vai ser totalmente implementada em 2033. Carne bovina
Emerson Vieira/Unplash
O Congresso aprovou nesta semana a primeira parte da regulamentação da reforma tributária e um dos destaques é que as carnes de boi, frango, porcos e bodes e cabras terão alíquota zero dentro da cesta básica nacional.
O texto ainda precisa ser sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que pode vetar trechos da proposta. Lula, no entanto, já tinha se manifestado a favor da inclusão das carnes na cesta básica, ainda que a equipe econômica do governo não concordasse (saiba mais ao fim da reportagem).
📆 Nada muda agora: a reforma tributária só vai ser totalmente implementada em 2033, depois de uma transição gradual que vai começar em 2026.
Até por isso, economistas e tributaristas entrevistados pelo g1 entendem que não dá para afirmar que a carne vai ficar mais barata apenas por ser parte da cesta básica na reforma.
Afinal, o preço da proteína não é decidido só por impostos: também pesam outros fatores, como o dólar, se existe mais ou menos oferta de carne no mercado e também a renda do consumidor. Até os eventos climáticos, como a seca, têm feito o alimento encarecer. Entenda mais abaixo.
Como é hoje
Atualmente, as carnes já são isentas de impostos federais, como o Programa de Integração Social (PIS), a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
A cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que é um tributo estadual, e do Imposto Sobre Serviços (ISS), municipal, pode variar de acordo com a localidade.
Com a reforma tributária, todos esses impostos serão unificados. Para Cristiano Correa, professor de finanças do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec-SP), o objetivo não é baratear os produtos, mas tornar uma tributação complexa em algo simples.
A tendência geral é que o imposto zerado para carnes se reflita preço final e, consequentemente, beneficie o consumidor, diz Victoria Rypl, da Andersen Ballão Advocacia e especialista em direito tributário.
Mas os empresários não são obrigados a repassar a isenção do imposto porque o tributo é um custo, assim como os materiais comprados para fazer o produto, o transporte, etc, complementa a advogada e professora de direito tributário na FGV-Rio Bianca Xavier.
“Ele pode passar a redução do custo tarifário para o consumidor e diminuir o preço final do produto ou pode manter o preço e aumentar o seu lucro, já que seu custo foi menor”, explica.
Ainda que haja repasse, em localidades onde o imposto é menor atualmente, essa isenção não deverá causar tanto impacto no preço final, avalia Cícero Zanetti, doutor em economia aplicada e pesquisador do FGV Agro.
Rypl entende que pode existir impacto maior no estado de São Paulo, onde a tributação é mais alta.
“Em São Paulo, por exemplo, é cobrado um ICMS de 11% sobre as carnes comercializadas para o consumidor final dentro do estado e 7% para as que saem do estado. Com a reforma e a isenção, provavelmente o seu preço vai diminuir”, diz a tributarista.
Carne mais cara: entenda por que o preço subiu pelo terceiro mês consecutivo
O que mais impacta no preço
Para os entrevistados, o imposto pesa menos do que outros fatores no preço da carne. E é difícil prever os cenários para quando a reforma estará totalmente implementada, em 2033.
A carne vem sofrendo seguidas altas atualmente. Em novembro, o preço subiu pelo terceiro mês consecutivo, acumulando uma inflação de 15,43% nos últimos 12 meses, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
“Hoje, o que faz o preço da carne ter esse preço é uma série de outros fatores”, diz Correa, do Ibmec-SP.
Os principais fatores que levaram ao encarecimento foram uma oferta menor do produto frente a uma demanda maior da população, além das secas e queimadas, que prejudicaram os pastos.
A menor oferta pode ser explicada por dois fatores principais.
💵Efeito dólar
O dólar alto faz com que o mercado externo se torne mais atraente para os produtores, pontua Correa. “É uma matemática muito simples: o exportador vai preferir vender para quem vai pagar mais”.
🐮Ciclo de abates
Existem períodos em que se abate mais ou menos gado. Esse ciclo é formado, basicamente, por duas fases:
alta do ciclo – quando há uma expectativa de aumento nos preços do bezerro, os pecuaristas, em vez de abater as vacas, as mantêm nas fazendas para reprodução, movimento que provoca um aumento nas cotações dos bovinos (boi gordo, bezerro, novilhas, boi magro, vaca gorda, etc.). É o que acontece atualmente;
baixa do ciclo – quando as projeções do preço do bezerro começam a cair, um volume maior de fêmeas é encaminhado para os abates. Isso amplia a quantidade de carne no mercado, gerando uma queda nas cotações dos bovinos.
Apesar de o imposto zerado não significar que a carne vai ficar mais barata do que é hoje, ela pode se tornar mais em conta na comparação com outros produtos no supermercado, explica Zanetti, do FGV Agro.
Isso porque alimentos que estarão fora da cesta básica e da lista de redução de 60% do imposto (caso do camarão, por exemplo) vão ser taxados 26,5%.
Correa, do Ibmec, acredita que, mesmo se a carne ficar um pouco mais barata com a isenção, a elevação dos preços de outros alimentos deve deixar o sistema equilibrado. Assim, o poder de compra do consumidor deve ser manter similar ao que é hoje.
“A pessoa que hoje não consegue comprar uma picanha, muito provavelmente vai continuar não conseguindo comprar”, afirma.
“A grande questão é que, se as carnes não tivessem ficado isentas, se não tivessem entrado na cesta básica, nós poderíamos ter um aumento dos preços”, avalia Fernando Henrique Iglesias, analista da consultoria Safras & Mercado.
Até meados deste ano, a proposta da reforma tributária previa uma alíquota reduzida, de 10,6%, no imposto sobre as carnes. Mas, em julho, a Câmara dos Deputados incluiu a isenção das proteínas.
Segundo cálculos da consultoria, se as carnes fossem tributadas como no projeto original, poderia haver um aumento de 9% a 10% no preço do produto para o consumidor.
O impasse da carne na cesta básica
A carne foi um dos principais pontos de impasse na discussão da reforma pelo Congresso ao longo dos últimos meses.
Inicialmente, o grupo de trabalho que relatou a regulamentação não incluiu a proteína animal na cesta básica. O Ministério da Fazenda era contra a entrada, alegando que isso teria um impacto alto nas contas públicas e na alíquota do imposto unificado.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no entanto, defendeu a isenção. “Sou daqueles que vou ficar feliz se eu puder comprar carne sem imposto, prometi na campanha que o povo ia voltar a comer picanha e tomar cerveja”, disse Lula, em julho, pouco antes da votação da proposta.
O PL, maior partido da oposição, pediu que esse item fosse votado separadamente no plenário da Câmara. Diante de uma iminente derrota, o governo cedeu e acatou a inclusão do item na cesta.
Veja mais:
Cor, cheiro e textura: você sabe o que analisar na hora de escolher a carne no mercado?
Carne de baleia é leiloada pela primeira vez em décadas no Japão
Carne de segunda? Conheça o shoulder, uma alternativa para um churrasco mais barato
Optimized by Optimole